Carla Labate é professora de Yoga, com 11 anos…

Esses dias fui para um Retiro Espiritual e essas experiências são sempre muito intensas e transformadoras.
É preciso muita coragem para mergulhar dentro de si mesmo e não importa o nosso tamanho, quando vamos para dentro de nós, esse espaço parece ser gigante e nos escancara a nossa vulnerabilidade.
Nos coloca frente a frente com questões profundas e descobrimos que dentro de nós há Luz mas também há sombra. Há amor mas também há medo.
E no meio dessa reflexão, me vi em uma pequena casinha no meio da floresta sem nenhum sinal de conexão além do que vem dos meus chakras.
Era eu e Deus. Ou qualquer que seja o nome que você sente de dar pra qualquer uma dessas Forças.
Criador, Energia, Consciência Maior, Seres de Luz, Anjos da guarda, tanto faz.
Sei que ali, mais do que em qualquer lugar, eu sentia a presença de algo Maior.
Algo que nitidamente nos acolhe quando estamos fora da nossa zona de conforto.
E descobri que a solidão na nossa zona de conforto é muito mais tranquila de se sentir.
Logo eu, que me achava tão empoderada e segura de seguir o meu caminho solitário. Quando dei por mim, estava com lágrimas escorrendo e pedindo Luz para lidar com aquela imensidão interior que a floresta me trazia a tona.
Percebi o quanto nos apoiamos uns nos outros. O quanto nossas famílias, amigos, amores são dádivas que recebemos na vida. E o quanto a fé faz verdadeiros milagres.
Me senti como num teste, uma prova cósmica. Era hora de colocar em prática tudo que eu andava aprendendo e muitas vezes compartilhando.
Eu já conhecia esse caminho de volta pra casa e apenas precisava utilizar as ferramentas que havia conhecido no meu caminho.
Fechei as janelas e no meio da escuridão acendi o abajur mais acolhedor que eu já tinha conhecido. Eu fiz uma oração, fechei os olhos e comecei a cantar numa tentativa repleta de fragilidade e valentia ao mesmo tempo, de transformar o que eu estava sentindo.
Era como se cada nota fosse 10x mais rouca do que minha voz já é naturalmente.
Como é difícil expressar algumas verdades. Principalmente quando naquela hora a verdade é que eu não tinha pra onde ir além de dentro de mim.
Quando se tem um celular, uma televisão, um outro ser humano, é muito mais fácil escapar desse labirinto. Ou talvez, fingir que não se está perdido nele.
E não é que eu achei a saída.
A saída é pra dentro.
A chave fica do lado de dentro.
Na mesma porta em que se encontra o amor.
O amor é a chave.
Eu permiti que o amor me envolvesse como se fosse um manto de uma grande Mãe.
Senti colo de mãe. Senti a vibração do espaço se modificando.
De dentro pra fora.
E o medo abriu espaço,
com muito respeito,
para essa força potente e sábia que é o amor entrar.
Carla Labate