Carla Labate é professora de Yoga, com 11 anos…

Se toda experiência e toda pessoa é um espelho e um professor, então cada situação que vivemos é um reflexo de quem somos.
A única coisa permanente no Universo é a impermanência, portanto estamos em constantes mudanças.
E essa liberdade de ser o que se é – a cada agora – é uma dádiva.
Diferente do que muitas vezes escutamos, o carma não é um vilão que simplesmente vem cobrar nossos erros do passado em forma de castigo. Mas sim, uma oportunidade de ressignificar nossas ações, assim como nossas palavras, pensamentos e sentimentos a cada instante.
Não há pause no Universo e tudo isso está conectado.
Carma portanto, é o constante reflexo de nossas escolhas.
Como se em um boomerang cósmico, tudo aquilo que fazemos, retornasse para nós em algum momento.
Há belíssimas imagens em forma de tórus que representam bem este movimento do Universo, como um ciclo infinito que se retroalimenta.
Explicando melhor, se apenas reagimos à tudo que nos acontece, inconscientemente criamos carmas o tempo todo, colhendo cada semente como ela foi plantada.
Se nos sentimos vítimas perante a vida e reforçamos essa idéia o tempo todo, constantemente atraímos experiências que nos fazem se sentir dessa forma.
E isso continua acontecendo até decidirmos escolher mudar nossa postura.
A maneira qual reagimos a cada situação é uma escolha, independente de qual é a nossa realidade.
Se reclamamos o tempo todo, a vida sempre nos traz situações para reclamar mais.
Se somos agressivos ou passivos demais, a resposta é a mesma..
E funciona da mesma forma para o lado positivo. Ou seja, se cultivamos o hábito de agradecer, cada vez mais a vida nos dá motivos para sermos gratos.
Portanto, a responsabilidade da nossa realidade é nossa. Não do “carma”.
Podemos recriar esta realidade a cada instante para melhor através de como lidamos com cada situação.
E uma vez que tomamos consciência desse processo, começamos a sair disso que chamamos de carma e começamos a experienciar o Dharma.
Há uma explicação simples de que Dharma é a ação lúcida.
A presença em cada ação – compreendendo ação como algo interno e externo – ou seja, nossas palavras, pensamentos, sentimentos e atitudes.
Dessa forma, começamos a viver de maneira mais saudável em todos os sentidos.
Tudo ao nosso redor se torna mais harmônico quando estamos presentes.
Mesmo em situações difíceis.
A questão é qual é a nossa forma de lidar com cada situação, com cada relacionamento, com nós mesmos, com a Natureza, com nosso alimento.
E então compreendemos que cada um de nós pode colaborar para uma realidade melhor neste planeta.
Colocando nossos dons e talentos a serviço de algo maior.
Cada um de nós tem algo para acrescentar.
E quanto mais buscamos essa auto lapidação, mais tudo isso floresce.
Estamos todos aqui para evoluir.
Para ensinar e aprender constantemente.
Gosto do ensinamento que diz que estamos em um mundo escola.
E que bonita essa aventura que é fazer parte desse Universo.
Carla Labate
(Escrevi no avião de volta para casa)