Carla Labate é professora de Yoga, com 11 anos…

Entre o que é bom e o que é correto, fico com o que faz a minha alma voar. Com o que faz meu Espírito encontrar Deus quando silencio minha mente e compreendo o propósito de cada Agora. Fico com aquilo que faz meu corpo físico vibrar que quase se dissolve.
E nessa reflexão, reverbera em mim o quanto ainda julgamos a nudez do corpo enquanto a nudez da alma é pouco explorada. Pelo menos de forma consciente.
Haja coragem pra mergulhar nas profundezas do nosso ser, de tal forma que a nossa alma fique nua. E como é bela, a alquimia que acontece quando o fogo da nossa vontade se une com a fluidez das nossas águas.
Talvez nada disso faça sentido pra você que lê isso agora, ou talvez faça.
Talvez sejam apenas palavras soltas como um brainstorm de uma arte que ainda ecoa dentro de mim. Mas afinal, há algo mais vivo do que escutar a voz da sua própria alma?
A quantas anda seu movimento interno? E externo? Tens colocado a serviço de algo maior todo o seu potencial? Quando a gente não utiliza todo nosso potencial, atrapalhamos o potencial dos outros. Isso serve pra mim, pra você, pra cada um de nós.
Pode ser que essas palavras nem façam tanto sentido, tipo poesia, mas nas entrelinhas dos versos, ritmos, compassos, imagens, sons, há tanta coisa a se compreender que só mesmo o silêncio da observação pra dar conta.
Voemos então, em direção ao movimento que nossa alma pede. Não há traição maior do que a que cometemos com nós mesmos quando nos estagnamos no apego. Movimento é cura. Quando você não entender direito o que está acontecendo, ou o porquê do que está acontecendo, dance isso.
A semente do agradecer sempre brota dentro de mim quando danço meus caminhos. Como se a terra ficasse fértil e respirasse com mais calma, compreendendo cada desafio como um privilégio.
Neste agora, direciono essa minha semente de agradecimento à Clarice Niskier, que como a Deusa Eurínome criou novos Universos dentro de mim dançando sua arte em A Alma Imoral.
Li que Eurínome dançava feito uma louca em cima do mar.
Sejamos todas Eurínomes então, dancemos sobre nossas águas internas, criemos nossa própria realidade. Quem sabe no silêncio de tantas danças tenhamos olhos pra ver.
“Aquele que não enxerga, não sabe o que não vê. Porque quando sabe o que não vê, de alguma forma, já está vendo. Já o que vê, pensa que tudo o que vê, é o que é. Mas quando sabe, que nem tudo que vê é o que é, vê o que não é.” (Nilton Bonder)
Carla Labate