Tudo que foi feito, foi feito com ele.
E sem ele nada do que foi feito se fez.
Isso nos provoca a reflexão de como andam nossas palavras.
Elas são como medicinas? Que trazem acolhimento. Ou são como veneno? Que intoxicam tudo que está ao redor.
Como a sua voz toca o espaço onde você está? Não se pode ver as palavras, mas se pode sentir.
Quando alguém fala de forma agressiva é como se algo nos atravessasse sem pedir licença, causando desconforto.
Da mesma forma, quando escutamos palavras doces ou alguém cantando de forma harmônica, é como se algo acolhesse nosso coração. 
Você já parou pra pensar se gosta do tom da sua voz? Se ela é doce e agradável, como um canto de anjos? Ou se causa incômodo?
Saber ouvir e saber falar são um grande talento.
A escuta começa em si mesmo, pra então aprendermos a escutar o outro com presença.
E conhecer a si mesmo, é conhecer todo Universo, portanto é conhecer Deus.
Normalmente quando alguém diz algo, nossos pensamentos ficam agitados pensando no que queremos responder.
Praticar a escuta de forma atenta, abre um profundo espaço de conexão entre as pessoas.
Nossas palavras têm um grande poder energético. Podemos mudar o rumo de uma situação quando escolhemos as palavras certas. Algo que poderia dar errado, de repente muda a direção. 
E isso se torna cada vez mais intuitivo e natural quando cultivamos este estado de atenção. 
As palavras podem ser como sementes e também como espadas. 
Estão sempre a atravessar algo ou florescer.

Carla Labate

(Escrevi no avião de volta pra casa)